Era dos álbuns mais esperados do ano, senão o mais esperado. Depois de ter gerado tanto hype em torno de ARTPOP, Lady Gaga lança "Applause", o 1º single do seu 3º álbum de estúdio. A música embora seja catchy não alcançou o sucesso desejado, pelo menos para o calibre da cantora em questão nem para o investimento que a discográfica fez para a promoção do disco.
Talvez o mal de "Applause" tenha sido o facto de ser uma canção com a qual o ouvinte não se identifica, é uma canção da perspectiva do artista e perde-se a mensagem, que noutros êxitos passados de Gaga foi fundamental.
Depois de um mini concerto no iTunes Festival, em Londres, Lady Gaga começou um countdown a lançar semanalmente 1 música até à data de venda de ARTPOP. O que seria supostamente o 2º single "Venus" foi rejeitado, em detrimento de "Do What U Want", dueto com o cantor de R. Kelly. Esta música alcançou o #1 no iTunes de mais de 80 países e é talvez a melhor canção que ela compôs desde o "Edge Of Glory". Por último, foi lançada a belíssima balada "Dope", que para além de ser uma música fortíssima mostra a habilidade vocal e lírica de Gaga. Talvez uma das minhas favoritas de todo o álbum.
ARTPOP falha em alguns aspectos. Embora seja uma obra diversa e versátil, onde Lady Gaga demonstra a sua paixão pela cultura pop e pelo mundo do espectáculo, é também um trabalho pouco coeso. Em termos de sonoridade, a artista norte-americana já foi mais inventiva e vanguardista. Ao ouvir o álbum todo fui identificando trechos de músicas de outros artistas aqui e ali, como por exemplo "MANiCURE", cujo beat me trouxe imediatamente à cabeça "My First Kiss" dos 3OH!3.
O álbum abre com "Aura", um turbilhão de sons que tornam a faixa demasiado 'barulhenta', juntando a roborização da voz que resulta num total desastre. O beat dance-pop segue-se em "Venus" cujo pre-refrão é bem viciante "take me to your planet / take me to your venus". De resto a música pouco tem de valorativo, parece ter sido construída em retalhos e isso chega a aborrecer a uma determinada altura. Com "G.U.Y." as coisas melhoram, os sintetizadores dão uma ambiência sexy enquanto Gaga diz que quer ser a "girl under you that makes you cry" mas o clímax sexual vem em "Sexxx Dreams", a música bebe inspiração no pop dos anos 80 e é uma fan favorite para ser um futuro single. Eu adoro, principalmente o refrão "damn you were in my sex dreams, doing really nasty things", completamente radio friendly e mostrando mais uma vez a capacidade que Lady Gaga tem para conceber hits!
"Jewels & Drugs" marca um corte total com o pop electrónico e introduz Gaga ao mundo do hip-hop com três presenças pesadas: T.I., Twista e Too $hort. Eu simplesmente adoro vibe gangster desta música. "Artpop" é uma música flatline e que falha redondamente na mensagem, demasiado na perspectiva do artista, criando pouco elo com o ouvinte, enquanto que a amarga "Swine" aposta na agressividade do beat e das lyrics ". Segue-se uma insípida homenagem a "Donatella", designer responsável pela Versace, "I am so fab, check out, I'm blonde, I'm skinny, I'm rich and I'm a little bit of a bitch", uma canção divertida que se liga com a sucedânea "Fashion!", uma produção de David Guetta que me fez lembrar a música "Digital Love" lançada pelos Daft Punk em 2001. "Mary Jane Holland" é a prima afastada de "G.U.Y." e podem-se perguntar, quem é essa pessoa? Ora bem, ao que parece Lady Gaga criou este alter-ego que gosta de fumar erva... até tem a sua piada. Para o fecho do álbum, para além da incrível "Dope", temos a adorável "Gypsy" que de certa forma consiste num desabafo da cantora acerca vida nómada que é andar em digressão do mundo e compara isso à mítica vida cigana.
"Jewels & Drugs" marca um corte total com o pop electrónico e introduz Gaga ao mundo do hip-hop com três presenças pesadas: T.I., Twista e Too $hort. Eu simplesmente adoro vibe gangster desta música. "Artpop" é uma música flatline e que falha redondamente na mensagem, demasiado na perspectiva do artista, criando pouco elo com o ouvinte, enquanto que a amarga "Swine" aposta na agressividade do beat e das lyrics ". Segue-se uma insípida homenagem a "Donatella", designer responsável pela Versace, "I am so fab, check out, I'm blonde, I'm skinny, I'm rich and I'm a little bit of a bitch", uma canção divertida que se liga com a sucedânea "Fashion!", uma produção de David Guetta que me fez lembrar a música "Digital Love" lançada pelos Daft Punk em 2001. "Mary Jane Holland" é a prima afastada de "G.U.Y." e podem-se perguntar, quem é essa pessoa? Ora bem, ao que parece Lady Gaga criou este alter-ego que gosta de fumar erva... até tem a sua piada. Para o fecho do álbum, para além da incrível "Dope", temos a adorável "Gypsy" que de certa forma consiste num desabafo da cantora acerca vida nómada que é andar em digressão do mundo e compara isso à mítica vida cigana.
Em suma, ARTPOP é um agradável álbum pop, eu que não sou fã de Gaga gostei de algumas músicas e considero isso uma vitória. Ainda assim, eu esperava que ela me surpreendesse mais musicalmente ao invés de continuar a exagerar nas indumentárias com que geralmente aparece em público. Interessante é também esta associação de Gaga à arte, como por exemplo o trabalho da capa do CD feito por Jeff Koons, se bem que se a ideia é educar a audiência, o que acontece a 90% das pessoas é "que raio é o Koons?".
ARTPOP tem uma aplicação interactiva que pode ser descarregada online e para além disso a versão deluxe vem com o concerto completo dado durante o iTunes festival. Sem dúvida, um trabalho completo que agradará os fãs da música pop em geral. As vendas durante a primeira semana ficaram muito abaixo do esperado, mas pode ser que com futuros singles o álbum estabilize e consiga dar retorno ao grande investimento que foi feito em nome da música, da arte e de Lady Gaga.
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