Saturday, July 27, 2013

Music Roundup #4


Depois de ter sido pai, Kanye West deu à luz um novo álbum. "Yeezus" é o mais recente trabalho do polémico rapper norte-americano que cada vez mais opta por uma sonoridade experimental.
"Yeezus" foi gravado entre Nova Iorque e Paris, esta última cidade onde Kanye também tem um apartamento. Diz-se que foi diversas vezes ao Museu do Louvre para se inspirar na criação do álbum... Não sei até que ponto a arte o inspirou, a verdade é que este disco mistura diversos elementos como acid house e industrial music, ainda utiliza samplers como por exemplo o de "Strange Fruits" de Nina Simone num dos cuts mais interessantes, "Blood on the Leaves". Liricamente, Mr. West tem vindo a tornar-se cada vez mais agressivo e obscuro, obviamente que a vida luxuosa e o racismo são temas constantes e recorrentes. 

"My momma was raised in the era when / Clean water was only served to the fairer skin"

"You see there's leaders and there's followers / But I'd rather be a dick than a swallower"

"They see a black man with a white woman / At the top floor they gone come to kill King Kong"

"So hurry up with my damn massage / In a French-ass restaurant / Hurry up with my damn croissants"

Esta dark vibe acentuou-se desde que o rapper perdeu a mãe, creio eu. Pelo menos é assim que tenho observado a sua discografia e eu sou seguidor desde o início.
Um dos detalhes interessantes e que não escapou certamente à visão de Kanye foi a cópia física do CD, que não tem qualquer tipo de artwork, é simplesmente uma caixa, transparente, com o CD e uma fita adesiva encarnada. Weird much?!?!?!?


Durante 10 faixas, Kanye West mostra como está possante, potente e barulhento... existe um feeling minimalista, perfeccionista de alguém obsessivo-compulsivo que tenta apurar o seu som ao máximo, sem no entanto deixa de ter grandes beats. Na produção de "Yeezus", o rapper teve a ajuda dos Daft Punk e fugiu à sonoridade comercial. Faz o que quer, não tem nada que provar a não ser a si próprio. Não tem sido fácil superar-se e, embora tenha aquele temperamento impulsivo e difícil, Kanye é um dos génios da música moderna. O álbum tem também participações vocais de Justin Vernon (vocalista de Bon Iver), Charlie Wilson, Kid Cudi e Frank Ocean, sem no entanto serem features.


O 1º single "Black Skinhead" é uma das minhas músicas de eleição (com um vídeo bem estranho!!!!), juntamente com "I Am a God" e "New Slaves". Todavia, a minha grande favorita é "I'm In It" com Justin Vernon e o DJ de dancehall jamaicano Assassin. O instrumental é crazy e a mistura de vozes dos 3 fica excelente.
Se querem hip-hop com sintetizadores, elementos electrónicos, industrial rock, post-punk e rap, então têm aqui a proposta perfeita! Kanye West está a redefinir a música, está a redefinir géneros e esta dissonância aparente cria o conceito de "Yeezus". Afinal, Mr. West está a nomear-se Jesus da música, da sua música e à sua maneira.
I just talked to Jesus
He said, "What up Yeezus?"
I said, "Shit I'm chilling
Trying to stack these millions"

1 comment:

Unknown said...

Parabéns pelo post, gostei muito.
Novo seguidor*

IL ROMANO