Friday, January 16, 2009

How do you break free, without breaking apart?


Com o aproximar dos Óscares, já em Fevereiro, e como verdadeiro cinéfilo, confesso que agora que estou de férias (sim finalmente acabei as frequências!) sinto-me contagiado pela febre cinematográfica! Estou verdadeiramente ansiodo por ver alguns filmes sobre os quais me andei a informar no Yahoo!Movies: The Curious Case of Benjamin Button, Doubt, Revolutionary Road, entre outros.
Um trailer em especial deixou-me extremamente arrepiado, e é difícil isso acontecer. Não porque eu seja insensível, mas mais porque a maioria dos filmes que eu vejo não têm a suposta força transcendente que acaba por me fazer pensar. Eu gosto bastante do típico blockbuster e admito que vejo muita porcaria, extremamente alienante e com a qual não se aprende nada, até pelo contrário, só se estupidifica. Bom, sem querer divagar, é com imenso gosto que vejo dois fantásticos actores voltarem a protagonizar um filme, que está longe de se aproximar ao melodramático Titanic, que os celebrizou. Sam Mendes, responsável pelos filmes American Beuty, Road To Perdition e Jarhead, serve-nos agora o sublime Revolutionary Road, um drama que se destaca de todo um rol de historietas de fazer chorar as pedras da calçada que para aí anda (se vos vier à cabeça Seven Pounds ou The Pursuit Of Happyness não é por acaso, pois é a esse mesmo género de filmes que me refiro). Com um plot simples, Revoltionary Road impressiona porque grande parte das pessoas vai-se conseguir identificar com a densidade psicológica que Kate Winslet e Leonardo DiCaprio desenvolvem nos seus personagens, April e Frank Wheeler. O casal, que vive na década de 50, é aparentemente feliz e muda-se para uma casa nova, num bairro tipicamente americano (que traz algumas reminiscências de Wisteria Lane da série Desperate Housewives). Ao cairem numa desconcertante rotina, vão-se deparar com o conformismo de uma vida aborrecida, que não os preenche e à qual eles pretendem fugir, para sentir a verdadeira adrenalina, o verdadeiro sentido da vida. A revolta humana contra a rotina e contra a pressão social é personificada num filme que dá vida à frustração de duas pessoas cujos sonhos ficam por concretizar. Querem atrever-se a viver, a sentir as coisas, a ser feliz e a agarrar as oportunidades que a vida dá, e sentem-se incapazes de fugir da vida à qual foram parar e da qual se sentem incapazes de sair. "Who made this rules anyway?", afirma a personagem de Kate Winslet. Acima de tudo, fica a mensagem: não fingir que tem a vida que se quer, mas sim ser aquilo que se quer, quando se quer da forma que se quer. Ainda não vi, mas pelo trailer já estou rendido a duas interpretações que me conseguiram deixar arrepiado. As minhas expectativas estão lá em cima. Só espero não ficar desiludido.
Quanto aos Óscares, embora ainda não se saibam os nomeados, tenho a afirmar que aquele Slumdog Millionaire não me tirou a respiração, pelo contrário cheira-me a boring! E já que estou a opinar, acho que o Blindness do Fernando Meirelles, vai passar despercebido nos Óscares e não devia, pois é um óptimo filme, se bem que o ponto forte está mesmo na história do José Saramago. Ainda assim há cenas fabulosas que fazem de Blindness um dos melhores filmes do ano que passou.

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